Poesia de Anne Askew em seu Martírio

 Hoje eu trouxe uma poesia, na realidade, uma música, composta por Anne Askew em seu martírio.  Para contextualizar, Askew foi uma das márti...

 Hoje eu trouxe uma poesia, na realidade, uma música, composta por Anne Askew em seu martírio. 

Para contextualizar, Askew foi uma das mártires da reforma protestante. Ela recebeu uma bíblia clandestina, contrabandeada por seu cunhado, a leu e decidiu ensinar sobre ela para as mulheres que conhecia. Seu marido católico descobriu o que ela estava fazendo e a denunciou. Após a denuncia, Anne foi pega e levada a prisão de Newgate, onde foi torturada por muitos dias. O objetivo da tortura era fazer com que Anne revelasse os nomes das mulheres as quais ela havia ensinado a bíblia, mas Anne não revelou nenhum nome. Enquanto era torturada, Anne cantava uma música que compôs ali mesmo. Quanto mais a torturavam, mais intensamente ela cantava. A tortura estava sendo tão inútil que os torturadores resolveram levar Anne a ser queimada em praça pública, e assim foi o fim de sua vida terrena. Sua história pode ser encontrada em mais detalhes no Foxe, livro dos mártires.

A música composta por Anne em seu martírio:

Como um cavaleiro armado,
Designado ao campo de batalha,
Lutarei contra este mundo
E a Fé será minha armadura.

A Fé é arma forte,
Que nunca falha na necessidade.
Com ela, entre os inimigos,
Avançarei com firmeza e dignidade.

Pois é força e poder
Do caminho de Cristo, enfim;
Prevalecerá, 
Mesmo que os demônios digam que não, sim.

A fé dos pais antigos
Alcançou a retidão.
Ela me torna tão destemida,
Que não temo a aflição.

Agora meu coração se alegra
E a Esperança me diz pra continuar,
Pois Cristo tomará minha causa
E minha dor irá aliviar.

Tu disseste, Senhor: “Quem bater,
Será por ti atendido.”
Abre, pois, o cadeado,
E envia teu poder destemido.

Tenho mais inimigos agora
Que cabelos na cabeça, Senhor.
Não deixes que me corrompam,
Mas luta por mim, com teu amor.

A ti lanço meu cuidado,
Mesmo com toda a crueldade deles.
Não temo o que têm tramado,
Pois tu és minha verdade.

Não sou do tipo que, ao menor sinal,
A minha âncora deixo cair
Para cada névoa chuvosa
O meu navio é substancial

Raramente escrevo
Em prosa ou em rima,
Mas hoje quero mostrar
Algo que vi em minha vida.

Vi um trono real
Onde a Justiça deveria estar;
Mas em seu lugar havia um ser
De espírito cruel a governar.

A retidão foi tragada
Como por fúria de um mar.
Satanás, em sua jornada,
Fez o sangue inocente derramar.

Então pensei: Senhor Jesus,
Quando fores nos julgar,
É difícil imaginar
O que a esses homens irá se passar.

Mesmo assim, Senhor, te peço:
Por tudo o que me fizeram aqui,
Que não provem o preço
De sua própria iniquidade.




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