Poesia de Anne Askew em seu Martírio
abril 24, 2025Para contextualizar, Askew foi uma das mártires da reforma protestante. Ela recebeu uma bíblia clandestina, contrabandeada por seu cunhado, a leu e decidiu ensinar sobre ela para as mulheres que conhecia. Seu marido católico descobriu o que ela estava fazendo e a denunciou. Após a denuncia, Anne foi pega e levada a prisão de Newgate, onde foi torturada por muitos dias. O objetivo da tortura era fazer com que Anne revelasse os nomes das mulheres as quais ela havia ensinado a bíblia, mas Anne não revelou nenhum nome. Enquanto era torturada, Anne cantava uma música que compôs ali mesmo. Quanto mais a torturavam, mais intensamente ela cantava. A tortura estava sendo tão inútil que os torturadores resolveram levar Anne a ser queimada em praça pública, e assim foi o fim de sua vida terrena. Sua história pode ser encontrada em mais detalhes no Foxe, livro dos mártires.
A música composta por Anne em seu martírio:
Como um cavaleiro armado,
Designado ao campo de batalha,
Lutarei contra este mundo
E a Fé será minha armadura.
A Fé é arma forte,
Que nunca falha na necessidade.
Com ela, entre os inimigos,
Avançarei com firmeza e dignidade.
Pois é força e poder
Do caminho de Cristo, enfim;
Prevalecerá,
Mesmo que os demônios digam que não, sim.
A fé dos pais antigos
Alcançou a retidão.
Ela me torna tão destemida,
Que não temo a aflição.
Agora meu coração se alegra
E a Esperança me diz pra continuar,
Pois Cristo tomará minha causa
E minha dor irá aliviar.
Tu disseste, Senhor: “Quem bater,
Será por ti atendido.”
Abre, pois, o cadeado,
E envia teu poder destemido.
Tenho mais inimigos agora
Que cabelos na cabeça, Senhor.
Não deixes que me corrompam,
Mas luta por mim, com teu amor.
A ti lanço meu cuidado,
Mesmo com toda a crueldade deles.
Não temo o que têm tramado,
Pois tu és minha verdade.
Não sou do tipo que, ao menor sinal,
A minha âncora deixo cair
Para cada névoa chuvosa
O meu navio é substancial
Raramente escrevo
Em prosa ou em rima,
Mas hoje quero mostrar
Algo que vi em minha vida.
Vi um trono real
Onde a Justiça deveria estar;
Mas em seu lugar havia um ser
De espírito cruel a governar.
A retidão foi tragada
Como por fúria de um mar.
Satanás, em sua jornada,
Fez o sangue inocente derramar.
Então pensei: Senhor Jesus,
Quando fores nos julgar,
É difícil imaginar
O que a esses homens irá se passar.
Mesmo assim, Senhor, te peço:
Por tudo o que me fizeram aqui,
Que não provem o preço
De sua própria iniquidade.
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