Dinheiro, visão cristã
maio 07, 2025O dinheiro é a ferramenta que o mundo usa para realizar trocas. Assim como todas as coisas, toda riqueza vem de Deus, seja de forma direta ou indireta. Segundo a justiça dEle, cada um recebe conforme a capacidade que possui para administrar (Mateus 25:14-30). De acordo com as Escrituras, tudo o que chega a nossas mãos pertence a Deus (Deuteronômio 8:17-18), Ele nos concede administrar temporariamente e espera que façamos bom uso (Lucas 16:11). Cada centavo que chega até nós é como uma semente dada por Deus, ele espera que a plantemos em um bom terreno para que produza bons frutos (Mateus 25:14-30). O dinheiro é importante, pois é uma das ferramentas para cumprir os propósitos de Deus e o que a Bíblia nos ordena, pois somos ordenados a levar o evangelho a nações remotas e vestir e alimentar os pobres e a multiplicar nossos talentos (talento era o nome da moeda na época da parábola), além dos chamados de vocação individual. Tudo isso requer dinheiro.
Alguns usam da prerrogativa que o cristianismo prega a aceitação do sofrimento e proíbe a prática da cobiça como uma justificativa para sua conduta preguiçosa e indiferença. O cristão deve aceitar ter o que Deus o determinar ter, pobreza ou riqueza, mas isso não quer dizer que ele não esteja sob a obrigação de trabalhar de forma árdua e dedicada, buscando as melhores oportunidades para poder ajudar mais aos outros, seja com sua influência ou dinheiro. Também é obrigado a prestar contas de tudo o que foi posto em sua mão, o que inclui o tempo. Os adoradores do próprio prazer não acreditam haver nada demais em jogar no lixo o tempo com as coisas que lhes agradam, ao invés de agir de forma digna e se dedicarem ao trabalho. E, ao final, acabam pobres, mas não culpam sua inércia, preguiça, idolatria ao próprio prazer e egoísmo como causadores da sua pobreza, mas sim enxergam-na como uma cruz que faz parte da vida do cristão (Provérbios 13:23). Esses, ao se apegar à prerrogativa do sofrimento do cristão, não enxergam a hipocrisia que há no que dizem, pois, nesse caso, são pobres apenas por apego ao próprio prazer, não por virtude de suportar as circunstâncias negativas. Pois, se tivessem realmente essa disposição contra a tentação do hedonismo, não sofreriam as consequências da prática dele, nem precisariam inverter os papéis para justificar sua circunstância. Nesse sentido, muitos também confundem e invertem o que é ser servo do dinheiro. Muitos julgam que quem trabalha muito é um escravo do dinheiro, pois pressupõem que o que faz alguém fazer ou deixar de fazer algo é o dinheiro, mas não temos como pressupor as motivações de ninguém, pois só Deus olha o coração.
A servidão do dinheiro é quando é ele que determina o que você faz ou deixa de fazer. É confiar que a solução vem dele. É ser incapaz de dominá-lo, sendo assim dominado, servo dele. Se todo o seu tempo de vida é gasto atrás do dinheiro, você é um escravo do dinheiro. A falta de sabedoria para administrar o dinheiro pode te tornar um servo dele, fazer com que ele administre a sua vida (o que faz dela, como gasta seu tempo, etc.). Fui muito tentada a me curvar a Mamom quando estava na fase de escolher o curso da faculdade. Muitos tentam te pressionar a escolher estudar aquilo que você não tem vocação nem propósito, apenas para receber o máximo de dinheiro que se pode, como se o tempo de vida gasto em correr atrás do dinheiro puramente para acumulá-lo não fosse um preço muito caro. Tentam pôr medo em ti, como se fosse por meio de um emprego ou do esforço próprio que se alcance a segurança e sustento necessário, o que é contrário às Escrituras. Na Bíblia, vemos claramente que nosso trabalho é o principal dos meios que Deus usa para nos trazer o sustento, mas o que traz não é o trabalho em si, mas a provisão de Deus através dele, e Deus promete nos sustentar naquilo que nos mandar fazer e não que nos preocupemos com o dinheiro e bens.
A forma correta de lidar com o dinheiro é a mesma de lidar com todas as outras áreas da vida, aplicando os ensinamentos bíblicos. O principal desses ensinamentos foi o que comentei aqui, de administrá-lo como um bom mordomo, sabendo que ele não é seu, mas um instrumento que Deus pôs em suas mãos. E também que ele é meramente um instrumento, um meio para coisas, não um fim em si mesmo; por isso não deve ser buscado, nem deve-se depositar confiança alguma nele, pois esses dois últimos nós devemos praticar apenas a Deus, do contrário seria idolatria e amor ao dinheiro. Há diversos outros ensinamentos bíblicos sobre a administração do dinheiro e bens, principalmente em Provérbios e Eclesiastes, mas seria necessário um post só para isso.
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